Assim como qualquer outro ciclo, o ciclo da pecuária caracteriza-se pela sua fase de baixa e de alta. Resumidamente, a fase de alta é caracterizada pela valorização dos bezerros, aumento no abate de fêmeas, aumento do preço da arroba do boi gordo e consequente aumento na produção de bezerros. Por sua vez, a fase de baixa do ciclo inicia-se com a desvalorização dos bezerros, aumento no abate das matrizes, maior oferta de animais para os frigoríficos e redução no valor da arroba.
Atualmente estamos na fase em que o preço da arroba do boi gordo está baixa, com base no ciclo pecuário, o próximo passo é a diminuição da produção de bezerros e com isso o preço da cria deverá aumentar. Na sequência ocorre à retenção de matrizes (para produzir bezerros), frigoríficos começam abater menos animais – “LEI DA OFERTA E DEMANDA” – consequência: o preço do boi gordo aumenta, a produção de bezerros aumenta (aumenta a oferta), acarretando a baixa no preço do bezerro. Começa a venda de matrizes e o ciclo volta onde estamos atualmente.
É importante ressaltar que o fator determinante do ciclo pecuário, é a fêmea. A manutenção ou o abate das fêmeas impacta em flutuações nos preços da arroba. Quando o preço do bezerro diminui e a fase de cria torna-se desinteressante, observa-se uma tendência coletiva dos pecuaristas de aumentar o descarte de fêmeas. Dessa forma, há uma tentativa do pecuarista em cobrir os custos da produção pecuária. Devido à estação de monta que geralmente ocorre no final do ano, é esperado que no começo do próximo ano aconteça um maior abate de fêmeas (aquelas que não emprenharam vão para descarte), o que, certamente, pressiona o preço da arroba para baixo.
O pecuarista que tem planejamento e que entende o ciclo pecuário a fundo, com certeza está enxergando uma oportunidade neste contexto de baixa. Daqui a mais ou menos dois anos, o mercado pecuário, deverá estar vivenciando novamente a fase de alta nos preços da arroba do boi gordo. Planejamento é tudo!
Fonte: Blog Premix
Adaptado por: Dra. Natália Cesaretto